Chupeta, dedo, naninha… o que fazer quando meu filho não larga a chupeta ou dedo
A chupeta, o dedo e as naninhas são objetos de transição que ajudam a criança a lidar com a separação da mãe e a acalmar-se em momentos de estresse ou ansiedade. Mas até que idade é normal que a criança use esses objetos? E quais são os benefícios e os riscos para a saúde bucal e o desenvolvimento emocional da criança?
Neste post, vamos esclarecer algumas dúvidas comuns sobre o assunto e dar algumas dicas de como ajudar seu filho ou filha a se desapegar desses objetos de forma gradual e respeitosa.
O que são objetos de transição?
Os objetos de transição são aqueles que a criança escolhe para se sentir mais segura e confortável na ausência da mãe ou do cuidador principal. Eles podem ser uma chupeta, um dedo, um paninho, um ursinho ou qualquer outro objeto que a criança associe ao afeto materno.
Esses objetos têm uma função psicológica importante, pois ajudam a criança a lidar com a angústia da separação, que é um processo natural e necessário para o seu amadurecimento. Eles também servem como uma forma de autoconsolo, ou seja, de acalmar-se sozinha quando está triste, assustada, cansada ou com sono.
Os objetos de transição são mais comuns entre os 6 meses e os 3 anos de idade, mas podem se estender até os 5 ou 6 anos, dependendo da personalidade e das necessidades emocionais de cada criança.
Quais são os benefícios e os riscos dos objetos de transição?
Os benefícios dos objetos de transição são:
– Ajudam a criança a se sentir mais segura e confiante;
– Favorecem o desenvolvimento da autonomia e da criatividade;
– Estimulam o vínculo afetivo entre a criança e o objeto;
– Facilitam o sono e o relaxamento.
Os riscos dos objetos de transição são:
– Podem prejudicar a saúde bucal da criança, causando problemas como mordida aberta, mordida cruzada, alteração na fala e na respiração;
– Podem interferir na alimentação da criança, diminuindo o apetite ou dificultando a mastigação;
– Podem atrapalhar o convívio social da criança, tornando-a mais dependente ou isolada;
– Podem gerar ansiedade ou frustração na criança quando o objeto é perdido, esquecido ou retirado.
Como ajudar a criança a se desapegar dos objetos de transição?
Não há uma idade certa para que a criança deixe de usar os objetos de transição, mas é importante que os pais estejam atentos aos sinais de que ela está pronta para se desapegar. Alguns desses sinais são:
– A criança usa o objeto apenas em momentos específicos, como na hora de dormir ou quando está doente;
– A criança demonstra interesse por outras atividades e brincadeiras;
– A criança aceita ficar sem o objeto por algum tempo ou emprestá-lo para alguém;
– A criança entende as explicações sobre os riscos do objeto para a sua saúde ou para o seu crescimento.
Quando perceber esses sinais, os pais podem iniciar um processo gradual e respeitoso de retirada do objeto, seguindo algumas dicas:
– Não force nem proíba a criança de usar o objeto, pois isso pode gerar mais apego ou resistência;
– Não ridicularize nem critique a criança por usar o objeto, pois isso pode afetar sua autoestima e sua confiança;
– Não use o objeto como moeda de troca ou castigo, pois isso pode aumentar sua importância ou gerar culpa na criança;
– Converse com a criança sobre os motivos pelos quais ela usa o objeto e sobre os benefícios de deixá-lo;
– Elogie e incentive a criança quando ela ficar sem o objeto ou reduzir seu uso;
– Ofereça outras formas de carinho e atenção à criança, como abraços, beijos, elogios e brincadeiras;
– Crie rituais de despedida do objeto, como doá-lo para alguém que precisa, enterrá-lo no jardim ou enviá-lo para o Papai Noel;
– Procure o apoio de um pediatra ou de um psicólogo infantil se achar necessário.
Lembre-se de que os objetos de transição são parte do desenvolvimento normal da criança e que cada uma tem seu tempo e sua forma de se desapegar. Respeite o ritmo e as emoções do seu filho ou filha e ajude-o ou ajude-a a superar essa fase com amor e compreensão.